Confira abaixo a matéria feita pelo jornalista Sandro Moser para a Gazeta do Povo, o principal Jornal do Estado do Paraná, sobre o livro "Terapia com Sequela" de Márcio Tadeu. Livro que conta a história do Psychobilly no Brasil e que esgotou no seu lançamento no dia 06/09/2015, na festa de 35 anos do Lino's Bar, em Curitiba.
Confira abaixo a matéria com o título "Músico anatomiza psychobilly no livro 'Terapia com Sequela'".
Com acesso a informações privilegiadas, Márcio Gouveia mostra a ascensão do rock maldito de Curitiba.
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Imagens do psychobilly que surgiu em Curitiba: a cena mais sólida do Brasil e uma das mais importantes da América Latina. |
Com acesso a informações privilegiadas, Márcio Gouveia mostra a ascensão do rock maldito de Curitiba.
Por: Sandro Moser
Mostrar como surgiu em Curitiba a cena mais sólida do psychobilly nacional – e uma das mais importantes da América Latina – moveu o músico e professor universitário Márcio Gouvea a escrever “Terapia com Sequela – Rock Maldito, o Psychobilly Visto por Dentro”.
Fundador de uma das bandas fundamentais cidade, Os Cervejas, Gouvea conta que precisou escrever esse livro para pagar um tributo ao gênero que mistura rockabilly, punk a elementos bizarros do underground, pelo qual é apaixonado.
No livro, ele mapeia lugares, pessoas, músicas e shows na história local e no contexto nacional. As experiências são relatadas em primeira pessoa, mas o autor também dá voz, na forma de grandes citações literais, a outros personagens fundamentais na formação da cena psycho.
No livro, ele mapeia lugares, pessoas, músicas e shows na história local e no contexto nacional. As experiências são relatadas em primeira pessoa, mas o autor também dá voz, na forma de grandes citações literais, a outros personagens fundamentais na formação da cena psycho.
Um formato narrativo pelo qual optou após a leitura de “várias biografias e livros sobre rock e música em geral”. “Tive vários exemplos de como fazer e de como não fazer”, diz.
“Escolhi narrar assim, pois o que precisa realmente ser contado é isso: o som, as pessoas, a música, a contribuição”, diz. Não se espere, porém encontrar detalhes sórdidos de noites de arruaças, sexo e drogas, evitados pelo autor.
“Não vi necessidade de contar bastidores picantes, viagens loucas e outros acontecimentos que poderiam acabar constrangendo por serem mal entendidos”, pondera. “Quis manter uma coisa bacana da cena que é o sentimento de união forte, amizades que se perpetuam, crescimento.”
Gouvea mostra a construção dos primórdios do psycho local, num tempo anterior à internet em que a informação só chegava através de pequenos milagres.
“Éramos uma piazada querendo fazer um barulho específico, e tínhamos sonhos como imaginar um festival com várias bandas brasileiras e gringas fazendo uma festa dos diabos”, disse.
Esse pelo menos deu certo e é o festival Psychocarnival, o mais importante do país – no ano que vem ele chega à sua 17.ª edição.
“Escolhi narrar assim, pois o que precisa realmente ser contado é isso: o som, as pessoas, a música, a contribuição”, diz. Não se espere, porém encontrar detalhes sórdidos de noites de arruaças, sexo e drogas, evitados pelo autor.
“Não vi necessidade de contar bastidores picantes, viagens loucas e outros acontecimentos que poderiam acabar constrangendo por serem mal entendidos”, pondera. “Quis manter uma coisa bacana da cena que é o sentimento de união forte, amizades que se perpetuam, crescimento.”
Gouvea mostra a construção dos primórdios do psycho local, num tempo anterior à internet em que a informação só chegava através de pequenos milagres.
“Éramos uma piazada querendo fazer um barulho específico, e tínhamos sonhos como imaginar um festival com várias bandas brasileiras e gringas fazendo uma festa dos diabos”, disse.
Esse pelo menos deu certo e é o festival Psychocarnival, o mais importante do país – no ano que vem ele chega à sua 17.ª edição.
Marco Zero
Para ele, o marco zero em Curitiba foi o surgimento da banda Os Missionários. Foi “além do punk e partiu para um psychobilly bastante original e de muita identidade”.
No livro, Gouvea conclui que o fato do poeta Marcos Prado (1967–1996) ter escrito várias letras para a banda - e também para outras como Beijo AA Força, O Corte – reforçou elos entre outros setores da música da cidade e deram às letras peso e conteúdo de qualidade que ajudaram a formatar o gênero por aqui.
“Quando a minha banda [Os Cervejas] veio no começo da década de 1990, fomos agraciados com ótimas letras dele, como ‘Anjo da Morte’, que virou videoclipe [muito exibido na MTV] e nos levou a vários cantos do país”, diz.
Em um dos capítulos do livro, Gouvea deixa a pergunta: “O que havia na água (ou na cerveja) de Curitiba para que a cidade se transformasse em polo desta vertente na América Latina?”
Para ele é a característica “ortodoxa” do som composto aqui que faz a diferença.
“Existe uma originalidade diferente, densa, de difícil explicação. Sentimos isso desde sempre, os primeiros shows que eu fui – Beijo AA Força, paz armada e outros – sempre foram um resumo do que eu gostava, além de apontar para novas direções. Eu não organizava o pensamento desse jeito, mas sentia”, explica.
Para ele, o marco zero em Curitiba foi o surgimento da banda Os Missionários. Foi “além do punk e partiu para um psychobilly bastante original e de muita identidade”.
No livro, Gouvea conclui que o fato do poeta Marcos Prado (1967–1996) ter escrito várias letras para a banda - e também para outras como Beijo AA Força, O Corte – reforçou elos entre outros setores da música da cidade e deram às letras peso e conteúdo de qualidade que ajudaram a formatar o gênero por aqui.
“Quando a minha banda [Os Cervejas] veio no começo da década de 1990, fomos agraciados com ótimas letras dele, como ‘Anjo da Morte’, que virou videoclipe [muito exibido na MTV] e nos levou a vários cantos do país”, diz.
Em um dos capítulos do livro, Gouvea deixa a pergunta: “O que havia na água (ou na cerveja) de Curitiba para que a cidade se transformasse em polo desta vertente na América Latina?”
Para ele é a característica “ortodoxa” do som composto aqui que faz a diferença.
“Existe uma originalidade diferente, densa, de difícil explicação. Sentimos isso desde sempre, os primeiros shows que eu fui – Beijo AA Força, paz armada e outros – sempre foram um resumo do que eu gostava, além de apontar para novas direções. Eu não organizava o pensamento desse jeito, mas sentia”, explica.
Data de Publicação: 22/09/2015
Canal de Publicação: www.gazetadopovo.com.br
Link da Matéria Original: www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/literatura/musico-anatomiza-psychobilly-no-livro-terapia-com-sequela-9dnbz1yhjkk65mkm2j3w5bd1w
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